Reflexões de um homem de teatro
Após esmiuçar um texto literário,
-Como se pajuari tivesse ingerido-,
O homem de teatro se permite viajar
Nas asas do vendaval da inspiração
Que borbulha na mesa da imaginação...
No afã de tanto encantamento,
O homem de teatro se deixa envolver
Por sonhos, devaneios e preocupações tantas:
-Aguçam-se os sentidos interiores;
-Desnudam-se fascinantes personagens;
-Vislumbram-se imponentes cenários;
-Constroem-se maviosas cenas;
-Sucedem-se estafantes ensaios,
Buscas atrozes de patrocínios,
Atores, atrizes e espaços
Onde se possa ofertar
A peça ao público...
Mas o homem de teatro não desiste,
Não se desapercebe da montagem da peça,
Mas persiste determinado em busca da apoteose,
Porque nela repousa a retribuição do prazeroso ofício.
No ápice apoteótico do espetáculo:
-Curvam-se gratos os artistas,
-pelo publico que explode satisfeito
em calorosos aplausos-;
-Apagam-se os holofotes;
-Cerram-se as pesadas cortinas...
Agora, do homem de teatro
-Que anônimo desaparece na multidão-,
Transborda a sensação de dever cumprido,
Até a próxima apresentação...
Montes Claros, 11-11-2012
Romildo Ernesto de Leitão Mendes